quinta-feira, 8 de outubro de 2009


Não demorou muito para a Globo escancarar de vez com sua nova trama repleta de bruxaria, a recém-exibida novela Eterna Magia.




Por mais que os wiccanos não queiram associar sua imagem ao satanismo, William Schnoebelen, autor do recente lançamento Wicca - por trás da fachada de luz, que está sendo um bombardeio contra a conhecida "bruxaria branca", deixa bem claro, logo nos primeiro capítulos que um dos símbolos utilizados para o segundo grau dentro da bruxaria é justamente o pentagrama, o mesmo pentagrama utilizado como símbolo do satanismo e também presente da mundialmente famosa Bíblia Satânica, escritura pelo fundador da Igreja de Satanás, Anton La Vey.



Tendo pertencido durante 16 anos na Wicca, William passou por seus diversos graus, até se tornar sumo sacerdote bruxo e pôde, com propriedade, constatar que a Wicca não é o que parece. Em um dos capítulos do livro, ele apresenta o que as "relações públicas" da Wicca quer que as pessoas conheçam como "bruxaria branca", mas ele confronta cada um dos pontos apresentando como tudo não passa de uma falácia descarada.

Ainda sobre a novela, que ainda está em sua segunda semana de exibição, podemos dizer que a primeira semana apenas se resumiu à apresentação dos personagens, suas personalidades e também deu um vislumbre das ações e linhas que a novela pretende seguir, repleta de intrigas, paixões e, é claro, magia.

Até o momento, uma das protagonistas, Nina (Maria Flor) aparentemente tem uma "herança espiritual" simbolizada com uma marca de nascença formada pela letra "V" em sua nuca. Outras personagens, como a tia Pérola (Eliane Giardini) e Zilda (Cássia Kiss), aos poucos vem mostrando seu envolvimento com bruxaria, ainda sem grandes informações.


Uma das cenas mostra a personagem Eva (Malu Mader) pegando sua tia Pérola fazendo bruxaria e passando a usar essa informação contra a própria Pérola, que, por sua vez, tem recebido bilhetinhos de uma "famosa" bruxa da cidade, chamada de Medéia (nome bem apropriado).

Uma vizinha, a qual sei que é uma noveleira de plantão, mas, que se diz uma cristã (católica) zelosa, estava conversando comigo outro dia e perguntei se ela tem assistido à nova Eterna Magia. Ela respondeu que "sim". Então eu lhe indaguei se ela sabia que a novela tratava de bruxaria da pesada, com fortes ligações com o satanismo.

Ela disse que a novela tem sim uma conotação de bruxaria (isso não dá para negar) mas que prega uma bruxaria boa, que não faz mal a ninguém!
Ôpa! Parece que as pessoas já estão aprendendo justamente a imagem que a Wicca quer passar para os de fora: um culto à natureza que não faz mal a ninguém.

"Digam o que disserem, o mal do século é a solidão...

Esperando Por Mim

Legião Urbana

Composição: Renato Russo

Acho que você não percebeu
Que o meu sorriso era sincero
Sou tão cínico às vezes

O tempo todo
Estou tentando me defender
Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição
Hoje não estava nada bem
Mas a tempestade me distrai
Gosto dos pingos de chuva
Dos relâmpagos e dos trovões
Hoje à tarde foi um dia bom
Saí prá caminhar com meu pai
Conversamos sobre coisas da vida
E tivemos um momento de paz
É de noite que tudo faz sentido
No silêncio eu não ouço meus gritos
E o que disserem
Meu pai sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Minha mãe sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Meus verdadeiros amigos sempre esperaram por mim
E o que disserem

Agora meu filho espera por mim
Estamos vivendo
E o que disserem os nossos dias serão para sempre.Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem,
o mal do século é a solidão".

Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas
recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e
transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e
saem sozinhas.

Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram
sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar
com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só
sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvída?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem
necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta
olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão
"apenas" dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa
marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.
Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como
voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão
distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de
relacionamentos ORKUT, o número de comunidades como: "Quero um amor pra
vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser
sozinho!" Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma
multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e
inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada
dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão
infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que
verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa
verdade de cara limpa.

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, demodê,
brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer
ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague
mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou
mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai
embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje
por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a
oportunidade de um sorriso à dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um
problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê
pensar nele.

Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada
de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente
não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode
desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra
alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou
quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique
comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida". Antes
idiota que infeliz!

Entrevista com o filósofo e terapeuta Rildo Moraes, clique no link abaixo e ouça na íntegra!


http://www.podcast1.com.br/canais/canal1952/1952_20080923_225333.mp3


Qual o grande mal do século segundo a sua visão de terapeuta?


Prof. Rildo – A percepção que eu tenho é que as pessoas estão perdidas dentro de si mesmas e elas tentam se fechar, se cobrir, se preencher com várias coisas que a sociedade atual oferece e no entanto estão cada vez mais sozinhas, cada vez mais isoladas. É o que muitos chamariam de solidão, no meu ponto de vista eu chamo isto de “ pessoas perdidas dentro de si mesmas”.


Você falou de solidão, você acha que as pessoas hoje estão mais sós?


Prof. Rildo: Estudos têm apontado um alto grau de solidão entre as pessoas. Parte disto é porque muitas não conseguem estar de bem consigo mesma. Já que solidão em si não é um problema. Estar sozinho nunca foi o problema. Mas hoje as pessoas não conseguem gerenciVocê disse que as pessoas têm medo de algo que existe dentro delas. O que é esse algo?ar a si mesmas, as pessoas têm medo do silêncio, têm medo de si mesmas, devidamente ao fato de estarem perdidas dentro de si e quando as pessoas estão perdidas dentro de si e estão em silêncio e estão sozinhas, algo começa a aflorar e esse algo dá medo. O novo dá medo. Na verdade dentro da psique humana há muita coisa. Há muita coisa camuflada, há muita coisa escondida, há muita coisa perdida. E quando a pessoa está sozinha isso começa a vir a tona, e isso é perigoso para as pessoas. As pessoas acham isso perigos né. Então começam, para se precaver disto, as pessoas criaram uma coisa chamada solidão que tem que ser combatida. Não, a solidão não é uma coisa a ser combatida. Estar bem consigo mesmo é uma habilidade que deve ser desenvolvida. Então, não vejo a solidão como um problema, mas a dificuldade que se tem de gerenciar a si mesmo tem sido um problema e é cada vez mais constante. Embora estejamos na época da era da comunicação, onde é fácil você da rua, através de um aparelho celular falar com alguém do Japão, as pessoas não são capazes de falar nem com o vizinho, não são capazes de falar nem com as pessoas dentro da sua própria casa. As pessoas se escondem e escondem sentimentos, escondem desejos. Então essa dificuldade em comunicação e esse medo de si mesmo tem causado isso que se chama solidão.


Você disse que as pessoas têm medo de algo que existe dentro delas. O que é esse algo?


Prof. Rildo: Esse algo é a natureza humana, é a verdadeira natureza humana. Observe que existem duas naturezas humanas: aquela que foi colocada pra nós desde a nossa infância, nós nos adaptamos para a sociedade. Então existe um ser social. Sim, o ser humano é um ser social, ele vive em grupos e para viver em grupos têm que haver regras, tem que haver controles. Mas quando esse lado social neutraliza o lado mais natural do ser humano começa os conflitos. E o medo desses conflitos, é por medo desses conflitos que as pessoas fogem de estarem sozinhas. Porque estar sozinha isso vem a tona. Então o ser humano tem o seu aspecto social, ele foi educado para ser mais uma peça dessa engrenagem social então as pessoas crescem para estudarem e trabalharem e serem úteis para a sociedade, ninguém cresce para ser um ser humano amplo. Não é esse o objetivo né. Só que na natureza humana existe isto, e infelizmente isto é sufocado com as nossas atividades do dia-a-dia e devido a essa dupla característica humana o silêncio traz a tona esse lado mais oculto. E isso gera medo, isso tem gerado medo. Então por isso as pessoas temem tanto a solidão.


- Então você quer dizer que a vida acelerada das grandes cidades contribui para o afastamento de si mesmo?


Prof. Rildo: Sem dúvida, nos locais mais remotos, em cidades mais pequenas, em lugarejos, as pessoas têm mais acesso a si mesmas. Obviamente isso não é uma regra né. Mas é notório com o excesso de atividades , ninguém tem tempo pra nada hoje em dia, quando ela terá tempo pra si mesma. E tanto que ela não tem tempo que pra ela ter tempo pra si, ela faz uma das coisas mais incríveis, ela agenda com um terapeuta. Então a minha única função é fazer a pessoa se ligar a si mesma, então para a pessoa fazer isso, ela tem que agendar um horário na sua agenda e contratar um profissional pra isso. Embora seja uma coisa que eu adoro fazer, é uma coisa que eu acho lamentável coisa que a pessoa deveria fazer sozinha. Muita gente precisa disso. Muita gente precisa aprender a se olhar no espelho a se reconhecer, reconhecer suas fraquezas, reconhecer seus limites e reconhecer a grandiosidade que é o ser humano.


O que fazer para se resgatar então?


Prof. Rildo: Boa pergunta (rsrsrs). Acho que é a pergunta que todo terapeuta, todo psicólogo, todo assistente social, todo filósofo, todo grande religioso deve estar fazendo nesse momento: o que fazer pra resgatar o ser natural que existe dentro de cada um de nós. E olha, realmente nesse momento eu não consigo dar uma resposta precisa pra isso. Obviamente acredito que, refletir mais sobre si mesmo é importante. Mas as pessoas não são exatamente elas. Elas são o que as outras querem que elas sejam. Nós apenas refletimos os outros. Se alguém diz que você é feia, você pode acreditar nisso e ficar magoada e triste e levar uma vida olhando para as outras pessoas achando-as belas, menos você. Ou seja, você tem toda uma dor, todo um sofrimento mediante algo que colocaram na sua cabeça e isso não é você. Então, resgatar a si mesmo, resgatar a grandiosidade do ser humano é uma tarefa que, hoje, não pode ser feita da noite pro dia. Já que nós passamos anos encobrindo o nosso verdadeiro ser.A bem da verdade ele quase nunca foi manifestado. Desde a infância, desde a época em que brincamos com nosso amiguinho invisível que era parte do nosso próprio Self interior, isso é abolido né. Então, vivemos uma época em que resgatar isso, hoje. Um dos métodos tem sido através de auxílio de profissionais, o que volto a repetir é lamentável, mas na sua pergunta precisa sobre o que fazer, ainda hoje não há uma resposta precisa para isso.


- Quais os principais motivos que leva as pessoas a buscar ajuda na terapia?


Prof. Rildo: Olha, você vê que cada um traz um problema diferente e todas elas acabam, quase todas acabam caindo na mesma situação. O que leva a pessoa a buscar um terapeuta são conflitos interiores. Esses conflitos são causados por duas coisas: entre o seu ser social e o seu ser natural. Quando ambos buscam se manifestar começam os conflitos nos seres humanos. Então esse conflito, pode ser observado de várias maneira. Têm pessoas que têm péssimos relacionamentos, não conseguem se relacionar com ninguém. Têm pessoas cujo casamento está se deteriorando, tem pessoas que têm medos absurdos. Grande parte de tudo isso, acredite, é a leitura equivocada do seu ser natural. Como assim? Observe o medo do escuro. Naturalmente o ser humano não tem medo do escuro. O ser humano como qualquer animal só tem um medo natural, o medo de barulho, perdão, medo de barulho e medo de cair. Esse são medos naturais que nós temos. Uma criança no colo da mãe, se a mãe ameaçar soltá-la. Desde pequena, ela tenta se agarrar a alguma coisa. E também uma criança de colo com barulho estrondoso ela se assusta. São dois medos naturais. O resto dos medos foram criados. O medo do escuro, por exemplo é tipicamente um medo social, é aquele medo da infância em que para não se ir a um local, em que socialmente não se deve ir começa a estimular o medo “olha ali tem um bicho, tem um monstro que vai te pegar”. Então, começa a criar medos. Então a maioria dos nossos medos são traumas causados pelo eu-social e o eu natural não tem isso. Mas há um conflito dos dois. Então o que grande parte das pessoas que buscam terapeuta, buscam resolver os seus conflitos. Conflitos em seu ser social e em seu ser natural.


E esses conflitos são resolvidos?


Prof. Rildo: Grande parte sim. Mas até a solução desses conflitos, hoje, há divergências entre os próprios terapeutas sobre isso. Porque alguns métodos propõe ignorar o conflito, ora, se você ignora o conflito, o conflito em si pára de existir. Esta é uma técnica muito convencional, em que eu particularmente, não concordo. Outra técnica propões que o eu natural se manifeste de forma mais solta, o que acaba gerando um outro tipo de problema também porque nós vivemos em sociedade. Por exemplo, o eu natural de uma pessoa pode querer com que ela queira ter relações sexuais com qualquer pessoa. Sim, isso naturalmente é possível, mas socialmente não. Então se você libera o eu natural dela, você vai acabar gerando um outro tipo de problema. Aparentemente, no meu ponto de vista, a melhor estratégia, até hoje, para resolver esses problemas de conflitos é pesando ambos os lados e fazendo a pessoa conversar consigo mesma, que é uma das técnicas que eu acho fantásticas, onde a pessoa começa a conversar com o seu eu natural, e educar o seu eu natural. Porque o seu eu natural tem que ser educado. Por que senão não seremos capazes de viver em sociedade. Então a solução dos conflitos consiste basicamente de fazer com que o eu social entre em acordos com o eu natural. E isso é possível.



- Você falou de dificuldades de relacionamentos, com o advento das novas tecnologias como a internet, MSN nem que as pessoa interagem cada vez mais por intermédio dessas máquinas. Como você vê isso?



Prof. Rildo - Olha, eu não tenho acompanhado esse processo com precisão. Mas, não é de se admirar que isso tudo venha a estimular os relacionamentos chamandos virtuais. Por um motivo muito simples, o fato da pessoa não estar frente a frente com a outra desativa o medo que é um grande problema de um relacionamento. As pessoas têm medo uma das outras, têm medo de falar, de ferir, de ser ignorada. E o relacionamento virtual tem a vantagem de você não estar frente a frente com o outro e o mais incrível não é nem isso. O mais incrível é que a outra pessoa que você não conhece vai ser exatamente o que você quer que ela seja. Então, você cria uma ilusão e a outra pessoa colabora. Então, obviamente relacionamentos assim virtualmente tendem a ser um sucesso. Se isto na prática vai funcionar, embora eu conheça casos que sim. Sem dúvida é uma questão delicada, não é uma postura muito assertiva manter um relacionamento dessa forma. Mas, as épocas são outras, talvez isso faça parte dessas mudanças, isso faça parte da evolução o que não significa que toda evolução é exatamente para melhor.


Ainda nesse sentido de relacionamento, hoje a gente vê uma taxa muito alta de divórcios. Você acha que as pessoas são mais intolerantes do que as da gerações passadas?



Prof. Rildo - Sabe que eu já cheguei a pensar dessa forma, que as novas geração são menos intolerantes. Mas algumas análises têm mostrado que não é exatamente essa a questão. Hoje, por exemplo, nós vivemos numa época do fast food. Onde tudo é muito fast, até os relacionamentos são fast. Vivemos numa época em que tudo é muito descartável, inclusive as pessoas são descartáveis. Os sentimentos são descartáveis. Então o divórcio, hoje ele tende a ser mais convencional, mais comum, pelo fato de vivermos em épocas mais rápidas. Tudo é muito rápido . Você deposita um dinheiro em sua conta, você fica desesperado pra saber quando ele vai estar válido, enquanto no passado demorava dias e ninguém reclamava. Hoje você acessa um site e se demorar alguns segundos a mais a pessoa fica indignada não é verdade? Porque somos acostumados com tudo muito acelerado. Então o divórcio é fruto disso, de relações aceleradas. Não que nós sejamos menos ou mais complacentes do que os nossos antepassados. É porque para eles o processo era mais lento, até os casamentos, até separações eram processos lentos. E eles aceitavam porque era um fluxo natural da época, hoje o fluxo é muito acelerado. Infelizmente tudo é muito rápido. Até nos relacionamentos.



- É verdade que as mulheres procuram mais a terapia do que os homens? Por que você acha que isso acontece?


Prof. Rildo - No meu caso, especificamente é verdade. Eu tenho muito mais mulheres como clientes do que homens. Aparentemente o motivo que tem feito essa diferença é que as mulheres ainda são mais vinculadas ao eu natural e por isso elas tendem a ter conflitos mais constantes, mas, talvez, mais do que ter conflitos. O eu natural delas exige soluções, elas vivem atrás de soluções.

- Você quer dizer que os homens não têm conflitos?

Prof. Rildo - Talvez nã fui bem claro. É que os homens camuflam mais os seus conflitos do que as mulheres, muito mais. A habilidade do homem de lhe dar com conflitos internos não é tão grande assim. E socialmente, o eu social do homem foi educado para ele resolver os seus próprios problemas. Então, buscar soluções com outros não é uma atitude comum entre os homens. Então corrigindo, o eu natural das mulheres não impõe a elas que elas devem resolver tudo sozinhas. Mas o eu social do homem impõe ao homem que ele deve resolver tudo sozinho. Então é mais difícil para o homem buscar ajuda, muito mais difícil. Mas acontece, felizmente.

- Se ele camufla esses conflitos, você acha que resolve?

Prof. Rildo - Isso é uma estratégia da mente. Se a mente esconde algo ela diz pra si mesma: "olha eu não tenho problemas. É lógico que na verdade, isso é uma bomba relógio. Por isso não é estranho quando o homem do nada ele toma uma atitude totalmente brusca na vida dele, por exemplo, fulano tão bem casado, tão bem de vida de repente largou a mulher. Não é de repente, o processo está se passando na mente dele há muito tempo e naquela hora tomou consistência. Na mulher é mais rápido e a mulher tem essa habilidade de buscar soluções, então ela busca um terapeuta, ela busca um psicólogo. Bom eu estou dizendo isso de acordo com a minha clientela, pode ser que em outros casos haja mais homens, mas o que eu tenho visto é isso: mais mulheres buscando ajuda.